Thursday, September 30, 2004

Inocência burra

Analisando a militância esquerdista brazuca, sobretudo a estudantil, não dá para acreditar no nível de cabacice necessário para que essa gente ainda se deixe enganar por essa idiotice chamada socialismo latino. Primeiramente, Cuba sempre foi motivo de piada para os comunistas chineses e do leste europeu, nem Fidel leva mais a sério as tais "conquistas da revolução", e na primeira oportunidade que teve se livrou do agitprop Guevara ( el comandante deve ter pensado- desse a natureza cuida- e tinha razão). Se o velho mantém ainda um esquema repressivo e fechado ao mercado é por um único motivo- autopreservação. Com certeza a velha múmia assistiu a queda de Ceaucescu na Romênia e viu o fim que deram no gajo- fim este decidido não pela oposição em si, que era desarmada, mas pelos chacais que integravam a mamata do poder(funcionava ao mesmo tempo de queima de arquivo e diversionismo de culpa). Em qualquer quadrilha (e Cuba é um tipo de quadrilha institucionalizada em forma de estado) a maior preocupação do chefe da gangue não é ser preso pela polícia, mas ser morto pelas costas por algum amável companheiro (já ouviu aquela "não há honra entre ladrões"). Daí o porquê da manutenção do terror político, pois se no leste Europeu, com um padrão de desenvolvimento econômico, social e cultural extremamente superior ao de Cuba, houve um desmoronamento da antiga ordem em questão de dias, que dizer do bundalelê caribenho- não dou 48 horas.

Tuesday, September 21, 2004

Newspeak

Essa eu não conhecia, vi numa propaganda eleitoral da minha cidade, onde então se lia:
"...a facilitação do trabalho dos agentes ambientais autônomos..."
Mas que diabos seriam "agentes ambientais autônomos". Terminando de ler a propaganda cheguei a conclusão que quer dizer:CATADORES DE PAPEL E LATAS.
Pois é Politicamente Correto causa mais deformação cerebral que talidomida, e não cura lepra.

Guardando para o Futuro

Nuvens negras vem se acumulando no nosso horizonte como nação. O totalitarismo avança sem dar trégua. Sintomático é a proposta de criação do CFJ e da Ancinave, instrumentos claramente fascistas de controle da informação, no momento obstado pela reação do que resta de pensamento independente dentro da nossa sociedade. Mas mesmo com o repúdio maciço e a má repercussão internacional , não se enganem, estamos vendo o típico recuo estratégico- um passo para trás para depois dar dois na frente. Esta gente não dá ponto sem nó, não retiram a proposta do congresso, colocam-na em banho-maria e aguardam o momento propício para sua aprovação, isto se não gerarem artificialmente tal momento. Digo tudo isso para que aqueles que lêm esta coluna comecem a guardar em seus HDs ,ou melhor ainda, imprimir e arquivar, alguns textos atuais que podem servir um dia aos que tentem entender o que se passou nessa época, pois se depender do noticiário oficial e do cooptado, parecerá que vivemos uma idade das luzes tupiniquim. E, como a história é contada pelos vencedores (e não há duvida de quem venceu por aqui), teremos nos livros de história que nossos filhos e netos lerão a imagem que o Partido quer que seja impressa. Então será dito que nossa época presenciou o surgimento do novo messias, que não economizou apóstolos como O Primeiro, Aquele se contentou com doze, já nosso ungido, de cara criou vinte ministério e um sem número de secretarias especiais para acomodar a bagatela de 80000 discípulos, e sua verborragia do novo evangelho politicamento correto precisaria de no mínimo umas três bíblias. Para salvaguardar um mínimo de sanidade intelectual para os tempos vindouros é mister criar algumas arcas que protejam do dilúvio de ignorância, que ao que parece durará bem mais que quarenta dias e quarenta noites, alguns documentos que evitem que aqueles que ousaram confrontar este estado de coisas sejam confundidos com o amplo resto, que justificadamente merecerão o riso e o desprezo de (queira Deus) gerações futuras menos estupidificadas.

Sunday, September 19, 2004

Aguardando as desculpas

Os cristãos, e especialmente os católicos, vivem sendo achincalhados e cobrados pelo que seus antepassados teriam feito em relação aos muçulmanos. As Cruzadas são constantemente lembradas como um movimento genocida contra os seguidores do isl~e, sem nunca serem questionados os movimentos expansionistas islâmicos desde o seru surgimento, que gerou massacres e mais massacres de cristãos do que mil cruzadas juntas. Sim, pois até o século XI o expansionismo árabe se deu às custas de territórios habitados majoritariamente por cristãos. Tendo a população sido convertida a força ou simplesmente exterminada, sendo mantida apenas uma minoria de posses que aceitava pagar tributos em dinheiro ou em escravos para os mandatários islâmicos. O cristianismo foi praticamente varrido do Oriente Médio onde floresceu e do Norte da África. Na sua posterior expansão sob os otomanos, as maiores vítimas foram os cristãos dos Balcãs e da Europa Centro -Oriental, isso para não falar do jugo Tártaro-mongol sobre a Rússia. Me digam, quantos milhões de cristãos não foram mortros, torturados, escravizados nestas expansões.E também me digam, fora a Palestina (que é dominada por um estado judeu, mas com apoio dos EUA cristão), o Iraque ocupado (se bem que Saddam matava mais muçulmanos em um dia do que os americanos em um ano inteiro) ,a ex-Iugoslávia(onde os muçulmanos foram salvos do extermínio justamente por um país cristão, os EUA) e a Chechênia, onde mais muçulmanos são perseguidos ou massacrados por cristãos .
Agora, vejam onde cristãos estão sendo perseguidos ou massacrados por muçulmanos:
Marrocos, Argélia, Mauritânia, Egito, Eritréia, Tchad, Nigéria, Senegal, Somália, Palestina, Líbano, Síria, Iraque, Irã, Arabia Saudita, Iêmen, Paquistão,Indonésia, Malásia,Uzbequistão, Tadjiquistão, Azerbaijão, sem falar no Sudão, onde 2 milhões de negros cristãos e animistas podem morrer (média de 30000 mortes/dia).Isso para não dizer os atos terroristas perpetrados no Ocidente e contra ocidentais nos últimos 10 anos , que já mataram mais de 5000 pessoas. Então, quem precisa pedir desculpas para quem?

Terroristas e "intelectuais"

Antes de iniciar este texto, uma correção - no texto anterior escrevi: "..cinco letras: Beslan"- óbvio que não são cinco, mas seis letras que compõem o nome daquele triste lugar.

Dizia eu que falaria de um assunto mais nefasto do que o assassinato impiedoso de cerca de duas centenas de crianças. O que poderia ser?
Vos digo: a relativização deste fato atroz. Não por parte de fanáticos terroristas, não, isso já é esperado. Um monstro como Shamil Basayev, ou algum outro da Al-Qaeda ou do Hamas falando que guerra é guerra, ou que sendo infiéis, mesmo crianças inocentes compartilham de culpa coletiva ou qualquer outra desculpa demente qualquer, não me espanta. E mesmo eles falam tais barbaridades escondidos, pois sabem que serão punidos se forem encontrados.
Me enoja verdadeiramente é ouvir nossos denominados "intelectuais" defenderem estes atos, numa visão demoníaca da realidade. É aquele processo de enxergar tudo por um viés de luta de classes, e tudo justificar e perdoar por esta visão.Ler o texto em que o ridículo Emir Sader condena não o atentado, mas a reação do governo russo, é um daqueles momentos em que temos de nos conter para não sermos tomados pelo ódio e agirmos da mesma maneira daquele que condenamos. O dito cujo chega a se referir aos desgraçados covardes perpetradores do atentado como "terroristas", sim, com aspas, e colocar tudo como um mero cálculo; pois se os russos cometeram atrocidades na Chechênia , nada mais natural do que os chechenos trucidarem 200 russinhos ranhentos. Não Sr. Emir,essa justificativa é indecente e covarde, tal qual o uso das aspas ao se referir aos terroristas, ou a falta delas ao chamá-lo de intelectual.Bom uso delas é quando nos referimos ao Sr. como "honesto", "corajoso", "decente", "honrado".
Todos os genocidas, de todos os tempos, sempre usaram do expediente de transformarem o grupo odiado no "extremamente outro" ou "totalmente outro", com o intuito de não proporcionar aos seus seguidores a impressão de estarem matando alguém de sua própria espécie, um irmão. Mas o que fazer quando toda uma casta, na sua cegueira sanguinária, se torna ela mesma "o extremamente outro", se auto-exclui dos valores mínimos que nos permitem chamar alguém de ser humano.É difícil se controlar para não defender sua exclusão física do nosso convívio.

Turning back

Após mais de um mês de exílio forçado, cá estou novamente, resistindo bravamente a um pessimismo que só não me destruiu por estar cercado por aqueles que amo. Minha decepção com o gênero humano se cristalizou em torno de cinco letras: "Beslan".Muita coisa infame e vil já vi, li, ouvi e presenciei, mas nada que se aproximasse do que foi feito naquela escola de um fim de mundo, com um toque de fim dos tempos.Sim, senhores, nossa porca existência como civilização de tudo já presenciou, dos campos da morte, quer fossem nazistas ou soviéticos, maoistas ou cambojanos, da fome ucraniana ou sudanesa. Já passamos pelas montanhas de cabeças de Tamerlão ao napalm do Vietnã, de ferro retorcido misturado a sangue e carne em ônibus, metrôs e edifícios aos esqueletos andantes em uma África qualquer, de navios negreiros abafados c/ cal virgem a crianças trabalhando em minas de carvão por 16 horas seguidas. Portanto, pouca coisa deveria me impressionar em se tratando de ruindade humana. Mas uma ruindade calculada em seus detalhes para produzir uma máxima mortalidade e um máximo impacto (mesmo num Auschwitz ou num Kolima, embora houvesse essa "eficiência", buscava-se ao menos ocultá-la, naquele traço de vergonha que ainda subsistia em meio ao nevoeiro satânico) como a vista em Beslan não pode deixar dúvidas em quem quer que queira se denominar humano: -Isso não se faz!Basta isso, sem análises ou sínteses, ou masturbações mentais para tentar compreender algo tão simples:-Isso não se faz!
Guardo minhas forças e as contrações do meu estômago para comentar no meu próximo post algo mais repugnante e asqueroso, só para que sintam seu fedor paralisante, tem relação com o uso de aspas por gente (se é possível usar tal palavra para essas criaturas) que não presta.