Sunday, January 20, 2013

Balzacas


Meu problema com familiares de pacientes
Em geral tenho uma paciência budista com familiares, mesmo os mais chatos, estilo “véio nerrrrvoso” ou D.Raimunda, que fala com a boca mas pensa com a bunda.Quando a paciência vai claudicando apelo para os resquícios de cristianismo (“Aguentai a Cruz irmããõ...”) e comunismo (“quando a revolução vier a gente fuzila”) e quando o saco está prestes a estourar penso nas custas advocatícias e no quanto rábulas me incomodam mais que aquilo... e Mr Hyde conta até 10.
Mas há um espécime que faz transbordar meu fel acumulado, a familiar balzaquiana (no caso geralmente contemporânea do nobre Honoré)que procura ressuscitar o tecido mumificado para parecer bonita e que a cada dia que sai de casa só contribui para a infelicidade dos seus concidadãos. Não muito altas, como é apanágio dos hidrófobos, gordinhas (ou mesmo gordonas), o que até é bonito, exceto quando é apertado em roupas 4 números abaixo e soutiens que mais parecem garrotes de tortura medieval, fazendo as banhas transbordar e andar o dia todo penduradas, agitando-se levemente com cada passo.
O cabelo é quase invariavelmente armado como se estivesse penteado com cola Araldite ou se tivesse enfiado a faca de manteiga numa tomada próxima.Imagine uma mistura de Gal Costa com Walking Dead, isso quando a cabeleira não é louríssima, tipo farol na noite escura. Ou pior,vermelha, da cor daqueles etíopes com Kwashiorkor.
As roupas, além de apertadas com pressão suficiente para converter um naco de carvão em diamante, suplantam a entrada da Beija-flor na passarela ou o nascimento (estréia) de uma bicha Botas de cano alto de causar inveja aos Hussardos de Napoleão e saltos com altura suficiente para um anão saltar para o suicídio.
E depois, claro, a maquilagem. O que dizer? Toneladas de sombra, aparentando o Boy George (hoje) colhido por um tornado e com uma quantidade de...como é que chama aquela porra rosada que passa no rosto?..bom , passa tanto aquela merda que fica parecendo a cara de bebum que volta para casa usando a fuça de apoio na parede. O batom normalmente extravasa grosseiramente os lábios, as sobrancelhas são totalmente arrancadas e substituídas por linhas pintadas com a sutileza de um estivador, isso quando não parecem uma monocelha que sobreviveu a um atentado à bomba.Uma obra de um Pollock epiléptico numa tela reciclada.
Ah sim, para completar a obra de arte, penduricalhos reluzentes o suficiente para serem vistos da lua e numa quantidade que se fundidos e moldados gerariam um machado vicking.E,cereja do bolo:os óculos (de grau) escuros enormes a la Don Corleone
Eis a obra completa, só falta o escultor falar:”Parla” Só que aí que mora o problema, a criatura fala,ou melhor, guincha e expele em cima do pobre interlocutor toda a ira de Mum-Rá, como se esse escriba fosse responsável pela crueldade da genética ou pelo estranho senso de humor do Criador.Suas perguntas não são perguntas,são inquirições num tom que nem o traficante usa com o nóia devedor e não buscam respostas concretas, buscam gerar confusão, constranger, intimidar. Aí não há estabilizador de humor em superdosagem que dê jeito, é mister que se rode a soteropolitana e acabe recebendo a visita dos companheiros de armas do uniforme cinza-azulado.
Mas como diria Van Helsing,após mais uma estacada no coração da besta(não sei se ele disse isso, mas bem que poderia):”Criatura, sai desse mundo que não te pertence!”

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