Sunday, July 25, 2004

Ai Jesus!

O Sr. José Saramago vem a público dizer que os adultos deveriam ler mais estórias infantis.Estará o gajo apresentando finalmente um momento de lucidez após mais de 70 anos de obinubliação! Sim, pois até aqui a melhor definição de saramago havia sido feita na coluna do Agamenon alguns anos atrás - embaixo de uma foto onde havia um burrico com uma fila de miseráveis atrás com os dizeres: "Saramago lidera marcha de sem-terras".No seu estilo, na caracterização dos seus personagem, na condução da história, ele é um grande escritor. Diferentemente da esquerda hidrofóbica, sei muito bem distinguir o que é talento do que é simples falcatrua intelectual(assim como o Veríssimo tem talento para escrever crônicas e o Chico Buarque para compor letras e músicas)  . O homem escreve bem, mas o que eu  quero frisar aqui não é a capacidade intelectual destes senhores, e sim sua honestidade intelectual, seus valores, sua ética peculiar.Para eles a ética é meramente utilitária, está a serviço da causa. Daí não se constrangerem nem um pouco em darem seu apoio ao primeiro ditador ou genocida que apareça, desde que se identifique com suas cores ideológicas. Mas porque dizia eu que o português teve seu primeiro momento de lucidez.É simples, mesmo involuntariamente, Saramago deu um grande conselho aos brasileiros- lerem estórias infantis. Ao contrário do lixo editorial que tal qual curva de rio encalha em nossas barrancas, as estórias infantis tem muito o que nos ensinar, a começar pelos nossos homens públicos ou empresários (obviamente  que aqui me refiro as estórias infantis, digamos ,"clássicas" - não aquelas ideologicamente modificadas com o propósito imoral, criminoso mesmo, de doutrinação precoce). Quem sabe lendo os contos de Andersen, Moliére, Saint-Exupèrry, os ciclos aturianos, as sagas nórdicas e os doze pares de frança em versões para crianças, Tom Sawyer e Huckleberry Finn, etc.; esses imbecis prepotentes não passam a enxergar um pouco aqueles valores perenes(sem os quais nos tornamos bestas-feras ou meros zumbis), que desde que surgiu a humanidade tem sido transmitidos de geração em geração justamente pelas estórias, mitos e lendas. Primeiro em volta de fogueiras dentro de lúgubres cavernas, até as miseráveis choupanas de camponeses medievais ou quartos de sólidos castelos, onde , desde o mais miserável até o mais nobre pai, procurava transmitir aos seus herdeiros essas noções mínimas, indispensáveis para a batalha da vida.Usando da alegoria, da metáfora, do enredo sabiamente adaptado para a mentalidade infantil, a estória e  o conto expunham a jovem mente a um mundo novo, do qual poderia tirar fundamentos que o apoiariam na vida real. Mas sei também que minhas esperanças não são muito fundadas, pois Saramago sempre esteve entre aqueles que procuraram minar toda a base moral que serviu de apoio para a civilização ocidental, expondo-as a análises relativistas e propalando a ideia marxista de subordinação das criações do espirito à infra-estrutura material (leia-se econômica).Acho portanto se tratarem de meros arroubos da senilidade (leia-se gagá).

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Esta é uma página pessoal, não é banheiro público que é obrigado a aceitar qualquer dejeto que saia de orifícios semi-articulados como soi ocorrer cá no burgo palafitado.Portanto não serão publicados ataques a honorável pessoa que vos fala, tampouco ataques objetivos a outras pessoas ou que deem margem a ações judiciais , mesmo a rematados filhadaputas que por acaso os mereçam, pois meu preciso dinheirinho é suado e me enoja a perspectiva de ficar em audiências com os tipos de rábulas engravatados e togados que infestam nossas paragens.

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