Monday, July 19, 2004

Erro Fatal

Como disse no texto anterior que discordava em vários aspectos da orientação dada a educação durante o período militar, eis o porquê:
- Em virtude da necessidade de mão-de-obra técnica para suprir a enorme demanda de profissionais, suscitada pelo desenvolvimento industrial acelerado daquele período, o governo passou a dar mais atenção a este setor, concentrando seus investimentos em formação nestas áreas técnico-científicas, contratando professores estrangeiros, montando laboratórios de ponta, liberando verbas para pesquisa e programas científicos- o que gerou um corpo de cientistas nestas áreas que não deixa nada a desejar quando comparado aos países desenvolvidos (e isso ninguém fala dos milicos). Porém a área básica, principalmente a área de humanidades foi praticamente abandonada a sua própria sorte, no que resultou na sua ocupação maciça pela esquerda (que já fazia algum tempo vinha estrategicamente ocupando esse espaço, mas penso que mesmo o mais otimista revolucionário não esperava presente tão magnânimo quanto este dado pelos militares)- uma ocupação que estava planejada para durar talvez décadas foi realizada em menos de dez anos.
- Outro fato que se relaciona com o que foi dito acima foi a reforma do curso colegial, que suprimiu os antigos ciclos científico e clássico , e transformou para pior o magistério. A tentativa de enxugar o currículo e concentrá-lo, acabou por institucionalizar o vestibular como forma de acesso ao curso superior, deixando de lado qualquer outra forma de avaliação por mérito continuado, resultando no que vemos hoje- todo o curso colegial é feito visando o vestibular, colocando o que deveria ser um preparo para uma vida intelectual ativa num meio para atingir objetivos imediatistas e foda-se tudo o mais.
- E aprópria natureza estatista e controladora- a própria existência de um Ministério da Educação com tamanhos poderes e as famigeradas diretrizes básicas da educação já trazem um apelo totalitário. Deixam à iniciativa privada uma certa liberdade no aspecto econômico-financeiro, mas controlam quase que totalmente o aspecto curricular e bibliográfico, grande bosta de liberdade de ensino!
Por esses motivos, mais que suficientes, posso dizer que os planejadores do regime militar não realizaram o estupro, mas que fecharam a cortininha e levaram a vaselina, ah, isso fizeram! 

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