Sunday, November 07, 2004

E falando sobre Império.

Acho que aqueles que têm chiliques a mera menção dos EUA podem ir se preparando para se mudar para alguma aldeia Gaulesa com nome terminado em "ix", pois à passadas largas o Império se consolida e ganha ímpeto. Tal qual na passagem da República romana para o império temos analogamente [mas obviamente respeitando a realidade atual e a aceleração dos acontecimentos pela tecnologia da informação]: a passagem de uma população de origem variada (tal qual os povos latinos e celtas da península itálica] de um modo de produção baseado inicialmente no minifúndio e voltado politicamente para si, que num primeiro momento para fazer frente aos estados mais poderosos (Gregos e Cartagineses) que os cercavam se unem e através de ofensivas limitadas e guerra defensiva consolidam sua identidade (paralelo com as treze colônias britânicas da América, colonizadas pelos mais variados tipos étnicos e culturais- ingleses, escoceses, irlandeses, normandos, huguenotes, escandinavos, holandeses- que se plasmaram e enfrentaram os expansionismos dos grandes império da época -o britânico, o francês e o espanhol]. Passaram posteriromente a uma economia voltada para o comércio e uma consolidação de suas instituições ,e a uma manutenção da odem interna, expandindo sua influência loco-regional [a consolidação da república romana , do senado , do direito romano- a conquista da península itálica, comparando-as aos duzentos e cinquenta anos da república americana que antecederam a WW I], não sem terem passado ambas por uma guerra civil, a qual levou em ambas a modificações centralizadoras no aspecto político e monopolizantes no econômico-comercial. A partir de um momento se vêem envolvidas em conflitos de caráter mundial- Roma nas três guerras púnicas e os EUA nas duas guerras mundiais e na guerra fria- tendo ameaçadas nesses conflitos suas existências como civilização, acabam saindo vencedoras, ainda mais fortalecidas e concientes de sua força. A partir desse momento ocorre em ambas um movimento em direção ao poder imperial e ao mesmo tempo a uma penetração cultural [provindo das culturas suplantadas ou dominadas] que aos poucos vai embebendo a sociedade, expulsando a cultura e a religiosidade tradicional [vide a decadência do culto dos lares e a desvalorização da vida familiar no império romano]- traço um paralelo com a revolução dos costumes na década de 60 americana, com o movimento hippie e a new left, influenciados pelos existencialistas e neomarxistas europeus e pela pseudo-espiritualidade oriental. Só que os impérios dão respostas diferentes a essa corrosão de suas bases morais- o império romano deixa tal praga se alastrar, corroer suas estruturas institucinais e sociais, e só é salvo por um movimento externo [e diria superior também] que é a difusão do cristianismo fundido a injeção de vitalidade pela entrada em massa dos bárbaros dentro das fronteiras do império. Nesse momento a civilização romana permanece transmutada na cristandade e dura mais mil anos. Com os EUA a resposta é diferente, em parte por suas características religiosas e socio-econômicas intrínsecas- neles o impulso restaurador não vem de fora, mas de dentro mesmo, de seu imenso hinterland, pois lá já havia o cristianismo militante, latente por alguns anos, absorvendo o choque da ofensiva perversa do politicamente correto e acumulando energia para seu conta-ataque. A aliança do pensamento expansionista [de valores ocidentais como a democracia, o estado de direito , a livre iniciativa e os direitos individuais] neoconservadora com o dito "fundamentalismo" cristão está apenas no início, e como se viu na recente eleição americana, mesmo sumetida a mais intensa campanha difamatória mundial que se tem notícia, a aliança manteve-se firme e saiu imensamente fortalecida. Então vejam meus caros, o império está apenas começando, podem chorar à vontade.

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